sábado, 29 de outubro de 2011

Novo livro sobre fuga de Hitler para América do Sul é plágio, garante jornalista argentino

 De acordo com jornalista Abel Basti, livro recém-lançado por dois autores britânicos é uma compilação não-autorizada de seus livro. 


 O livro “Grey Wolf: The Escape of Adolf Hitler”, dos britânicos Gerrard Williams e Simon Dunstan, lançado no início deste mês, é um plágio. “Trata-se de uma cópia dos meus livros 'Hitler en Argentina' (2006) e 'El exílio de Hitler' (2010)”, denuncia Abel Basti, jornalista argentino que há 20 anos investiga a fuga de Hitler, de seu bunker em Berlim, em 1945, e a sua estadia por mais 25 anos na América do Sul.
   
“Eles [os autores] vieram até a Argentina e levaram os meus dados. Eu lhes dei acesso a testemunhas e a documentos”, recorda Basti ao explicar que Gerrard Williams assinou um contrato com ele em 2007 – que acabou rescendido em 2009 – para a produção de um livro e de um filme.
   
“Eu já havia entregado a Williams toda a investigação publicada em meus livros, quando num determinado momento, ele me informou que a crise econômica de 2008 tinha afetado o projeto e que o mesmo não teria como ter uma continuidade porque os investidores haviam desistido. E agora, ele publica um livro junto com Dunstan, assumindo como se fossem deles as minhas investigações.”
   
Como os livros de Basti até o momento só foram publicados em espanhol e alemão (apesar do interesse de editoras brasileiras em publicá-los também em português), o plágio tende a passar desapercebido aos leitores de língua inglesa. “Nesse sentido, abri um processo por plágio contra a editora do livro, a Sterling Publishing, e em breve intimarei os dois autores britânicos.”
   
“Grey Wolf” refaz o mesmo argumento que Basti defende há anos: o de que Hitler teria chegado à costa da Patagônia argentina após semanas de viagem dentro de um submarino, e de lá teria se refugiado na estância “San Ramón”, no sopé dos Andes, próximo a Bariloche. Os britânicos “inovam” apenas quando apresentam uma data exata da morte do Führer, aos 73 anos (refutada por Basti e por outros pesquisadores): 13 de fevereiro de 1962. E ao falarem da existência de duas filhas dele com Eva Braun (e não de um menino e uma menina como sustenta o jornalista argentino).


Nada (nem tão) novo no front 

Apesar do alvoroço em torno do lançamento desse novo livro, a tese de que Adolf Hitler não se suicidou em 30 de abril de 1945 no seu bunker em Berlim não é nova. Nunca houve um corpo reconhecido oficialmente como sendo o de Hitler (apenas os de inúmeros sósias deixados para trás pelos próprios hierarcas nazistas, além do fragmento de um crânio que acaba de se descobrir não ser dele). Mais do que isso, documentos e jornais da época registram que Stálin sabia que o Führer havia escapado e “teria se refugiado na Espanha ou na Argentina”, literalmente de acordo com as suas palavras.
   
Fora isso, o serviço de inteligência dos Estados Unidos também tinha (tem) ciência da fuga, tanto é que o FBI possui informes sobre as andanças de Hitler até 1971. Por sua vez, a própria Alemanha só veio a considerar Hitler morto em 1955, dez anos após o seu suposto suicídio. Comenta-se até mesmo que Israel e o seu serviço secreto, o Mossad, assim como o Centro Wiesenthal, também tinham conhecimento do escape, mas que por serem todos financiados pelos Estados Unidos (que teriam traído os soviéticos e acobertado a fuga de Hitler em troca de cientistas capazes de transformar a bomba atômica uma realidade) não tinham muito o que fazer.

DNA
O fato é que desde 2009, a história que sempre é contada como piada ganhou contornos reais graças aos avanços da ciência e a um documentário do Discovery Channel. Um exame de DNA constatou que o fragmento de crânio mantido por anos escondido pelos soviéticos como sendo uma das únicas provas irrefutáveis do cadáver de Hitler mostrou-se ser o crânio de uma jovem mulher.


Desde então, o assunto tem sido levado a sério e as portas que podem levar à constatação de que o mundo foi enganado por mais de 60 anos estão escancaradas. Como analisa Basti: “Há 20 anos, quando comecei a investigar o assunto, me chamavam de louco. Agora, as coisas estão mais fáceis. Mais cedo ou mais tarde a verdade virá à tona ou por meio de documentos oficiais que comecem a ser desclassificados ou por meio de descendentes de pessoas que sabem de toda a história, mas que por fama ou em busca de dinheiro vão começar a falar, mostrar fotografias. Digo isso porque verdades como essas normalmente só aparecem depois que as pessoas envolvidas já estão mortas”.


                              Terra brasilis
Nos livros de Basti publicados até o momento, o Brasil é citado em poucos trechos, como quando Hitler teria visitado o país por várias vezes para ouvir uma pianista tcheca que ele apreciava muito. Ou quando, de acordo com um informe do FBI, ele esteve com Eva Braun no Rio Grande do Sul, em 1947, em um balneário chamado Casino, perto da cidade de Rio Grande.

Para preencher essa lacuna, planeja-se a publicação de seus livros em português, com um capítulo sobre o Brasil, já que novos testemunhos afirmam que Hitler também teria vivido por dez anos no Sul do país, com o anuência do governo de Getúlio Vargas e de Eurico Gaspar Dutra. Há inclusive um testemunho sobre a presença dele em Curitiba, em 1948.

Outra informação que o livro trará diz respeito à data de morte de Hitler.  Diferentemente do que afirmam os autores britânicos de que o Führer morreu em 1962 e do que sustenta Mariano Llano, jornalista paraguaio especialista na presença de nazistas na América do Sul, de que a sua morte teria ocorrido em 1974, a edição brasileira do livro de Basti, acrescida desse capítulo sobre o Brasil, trará em detalhes o depoimento de uma nova testemunha que garante que Hitler morreu, aos 81 anos, em 5 de fevereiro de 1971 (exatamente o ano em que o FBI encerrou o “caso Hitler”), e que seu corpo foi enterrado numa cripta subterrânea, em um bunker construído em um país sul-americano.

A hipótese da morte em 1971 torna-se bastante crível já que desconhecendo essa informação, no início deste ano, um famoso ator uruguaio, Carlos Perciavalle, disse em uma entrevista a uma rádio que ao chegar a um jantar em Bariloche, em 1970, junto com outra atriz uruguaia, China Zorrilla, encontrou Adolf Hitler entre os convidados. E que soubera mais tarde que Hitler estava naquela época vivendo seis meses na Argentina e seis meses no Chile.

Vale ressaltar que Bariloche (onde reside Abel Basti) fica apenas a 13 horas por terra da Colônia Dignidade, um agrupamento declaradamente nazista fundado em 1961, no Chile. Pesa ainda contra a data de morte oferecida pelos autores britânicos o testemunho de um ex-funcionário de uma empresa de petróleo que afirma ter participado de um jantar com a presença de Hitler, em 1967, nos arredores da capital do Paraguai, Assunção – algo que, segundo ele, já não surpreendia ninguém pois a cúpula militar do governo paraguaio, liderado pelo ditador Alfredo Strossner (filho de um alemão da Baviera, Estado colado à cidade austríaca natal de Hitler), e os latifundiários daquele país tinham o Führer como convidado de honra em várias ocasiões análogas.

Quem estiver interessado no tema ou quiser contribuir com dados ou informações sobre a vida de Hitler depois da guerra no Brasil ou em outro país, é possível visitar a página mantida por Basti, www.hitlerargentina.com.ar . O jornalista lembra que grande parte de suas investigações surge da interação com leitores que se comunicam com ele.

FONTE:www.brasildefato.com.br

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